sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Contradigo

Contradigo-me te contradizendo.
Se não gostas de música, canto.
Não gostas de calor, faço sol
Se sou teu sol, escureço.

Se te importas, sumo.
Não te importas apareço.
Sou tua vida, morro um pouco.
Mas se tu morres, morro completamente.

Se me queres me afasto.
Se me amas, me perco no asfalto.
A muito reclamas, a muito erro.
Odeias-me, esparramo em tua vida

Cada dia, cada hora,
A cada nova aurora
Um pouco mais de mim
  Mais de ti
                         completo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Você diz.


Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.


Shakespeare.

Nevermore



Brilha a lua na morte certa
Serena morte condenada vil
Gralha o corvo na lápide branca
Da pedra da lua

O mármore branco reluz
Na luzidia luz da brilhante lua branca reluzente
Cuja luz no mármore branco reluz

O corvo no mármore gralha o corvo
Sempre sendo curvado pelo vento norte-sul
A branca noite foge do escuro dia
Resta o mármore, nada mais, nunca mais.