Pelo novo tu foste, eu fiquei.
Ficaram comigo teus discos, teu perfume e tua pelúcia.
Nosso relicário caiu e se quebrou.
A música não ressoa mais na caixa, a bailarina ficou sem perna.
A beleza subtraiu-se.
Só nos restam os restos das promessas.
Os castelos de areia construídos lado a lado.
A grama cortada no jardim.
O peixe assando no forno.
O teto de vidro pra nos deixar ver as estrelas.
Mas os cacos desse último quando tentei alcançar feriram minhas mãos.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Rostos flutuantes
Hoje vi rostos flutuandos, sorrisos débies com lábios fouxos.
A expressão bizarra, formolizada, com dentes afiados saindo da boca sem vida.
Risos ecoando na sala lotada. O cheiro de formol e gordura humana antiga, peles e pelos produzindo um efeito estranho. Um tapete no frasco de líquido.
Por mais que não devo ainda penso nos sorriso, no cheiro, nas vidas. Não devo pensar devo não.
Consigo pensar. Devo não.
Eram humanos, mas eram peças. Todos os humanos são peças.
A expressão bizarra, formolizada, com dentes afiados saindo da boca sem vida.
Risos ecoando na sala lotada. O cheiro de formol e gordura humana antiga, peles e pelos produzindo um efeito estranho. Um tapete no frasco de líquido.
Por mais que não devo ainda penso nos sorriso, no cheiro, nas vidas. Não devo pensar devo não.
Consigo pensar. Devo não.
Eram humanos, mas eram peças. Todos os humanos são peças.
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