quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tudo Nas Entrelinhas.

  Mo diga, uma unica vez, ele pediu.
  Ela negou, não porque não o sentisse realmente, mas dizê-lo, exprimir do âmago de seu ser todo aquele sentimento e torná-lo para fora fazendo-o visível, palpável, não parecia certo.
  Seria como tornar o fogo, retirar o calor da terra, transportar as veias dos rios que dentro dela jorravam instantâneamente para ele em um fluxo único e continuo.
  Ela não o disse, não o fez, apenas o olhou nos olhos e quando suas almas se tocaram ele finalmente percebeu que certas coisas não são realmente necessárias. 


  E tudo então, fez-se completo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Só pra dar uma respirada...



Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que nos trazem algo que aprendemos a amar, por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender amar o que nos foi dado, pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre.


- Bob Marley

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Sol de Cada Manhã



  Acordou já tarde com os fracos raios que penetravam pela cortina barata que havia sido deixada pelos ultimos inquilinos, olhou a forma escondida embaixo de seu lençol, ela tremeu um pouco como os que ameaçam acordar mas não o fazem.
   Levantou-se sentido a leve brisa que ascendia por baixo da porta e esfriava seus pés, pernas, e toda a parte de seu corpo enquanto criava a coragem suficiente para se por realmente em movimento, um primeiro passo e o gosto da vodcka falsifica lhe subiu à boca, pensou que iria vomitar porém seu corpo, que já estava acostumado a manhãs parecidas conseguiu se conter.
  Olhou com outros olhos agora a figura em sua cama: meio garota meio mulher, tinha talvez seus 16 anos, ela se mecheu novamente revelando o cabelo loiro e o seio descoberto, era bonita mas não conseguia se lembrar de seu nome, avançou ao fogão do outro lado de seu único cômodo para preparar  um café e enquanto esperava pela fervura da água pos-se a beber diretamente de uma garrafa qualquer esquecida na mesa, tinha o gosto forte de algo que certamente não seria consumido por alguem que preza a própria saúde. A água começou a pular na panela manchada.
  O café tinha um gosto amargo que não disfarçava muito bem as sequelas da ultima noite, dois rémedios comprados de um atravessador, algumas bebidas cuja origem era melhor não saber e a menor em sua cama.
  Ela se pôs ereta, abriu a janela revelando para o comodo o primeiro raio de sol que via desde que o novo morador se estabeleceu lá, saiu da cama, pegou suas roupas e mesmo que a umidade no meio de suas pernas a incomodasse ela se pos a vestí-las o mais rápido possível, deu uma olhada para o homem desconhecido com quem estivera nas últimas dez horas, tudo bem, ele não era o primeiro. Saiu pra nunca mais voltar, como os que saem para esquecer.
  O homem fechou a janela e na escuridão familiar se sentiu extremamente só. E extremamente feliz.

sábado, 17 de julho de 2010

Tudo ou Nada


Não quero ter ninguém contra a vontade.
Não quero ter ninguém só vez em quando.
Não quero ter ninguém com falsidade.
Não quero ter ninguém me incriminando.
Não quero ter ninguém pela metade.
Não quero ter ninguém se lamentando.
Não quero ter ninguém por vaidade.
Não quero ter ninguém me espionando.
Só quero ter alguém se for completo,
Onde os dois tenham o máximo prazer.
Algo claro, translúcido, direto.
Sem o medo d'alguma coisa errada.
Sem mentiras ou segredos pra esconder.
...E se não for assim!...Não quero nada...


Jenário de Fátima

 Perdão o engano amigos, desconhecia este poeta maravilhoso, corrigido, e desculpem a ignorância.




Partes que formam

  Talvez algumas precoces (e muito!) rugas causadas pelas noites sem dormir
  Ainda uma ou duas cicatrizes pelo futebol quando moleque
  Um dente lascado por pular de encontro à escada da piscina, quando ainda criança
  Barba sempre a fazer, talvez pela falta de lâmina, talvez pelo excesso de preguiça
  Mente aguçada pelos livros de Twain (vida longa a Sawyer!)
  Algum inglês depois de 5 anos anos de sofrimento  (ódio ao espanhol)
  Pequenas habilidades em japonês (obrigado as horas infindáveis de animes ^^ )
  Uma irmã, quatro cachorros, um gato
  Aquário vazio
  Estante cheia de livros, cama cheia de livros (Meu Deus quantos livros!)
  Coração - Inoperante
  Fígado - Férias  (merecidas)
  Pulmão - Tão limpo quanto minha cidade, tão inteiro quanto as estradas da mesma
  Dois tênis, um chinelo, quatro calças, duas bermudas
  Truco, caxeta, mau-mau
  Nada demais, algum pouco a mais, sempre a formar
                                             Acabando de acordar, acabando de escrever.